As tapeçarias do Renascimento ao século XVII representam uma síntese de competência técnica, narrativa e decorativa: tecidos que respondiam ao desejo de celebrar cerimônias, entrelaçamentos virtuosos de história e mito, além de oferecer um calor visual aos interiores nobres. Criadas principalmente para adornar cortes e palácios, também serviam para instruir e exaltar a genealogia e as façanhas dos patronos, além de proteger contra os climas frios dos cômodos de serviço. A razão do nascimento das tapeçarias é dupla: exaltar a magnificência da casa e demonstrar o prestígio do cliente, transferindo para o interior uma qualidade artesanal de elite que podia ser apreciada à distância e em contextos de hospitalidade. A tapeçaria que propomos apresenta um raro exemplo de tapeçaria francesa do século XVI. Retrata uma cena bucólica de grande impacto, alegre e clara: uma tapeçaria que incorpora a luz e a serenidade do campo, com cores nítidas e figuras distintas que comunicam sensações imediatas de alegria e ordem. Em perfeito estado de conservação, este exemplar não possui restaurações e presta-se esplendidamente a acompanhar todo tipo de decoração e coleção de arte, valorizando tanto ambientes modernos quanto contextos clássicos por sua elegância intrínseca.